A vulnerabilidade dos empregos é também produto de uma série de medidas adotadas por meio da reforma trabalhista de 2017, que facilitou dispensas coletivas, revogando a exigência de prévia negociação com os sindicatos
Diante da falsa polarização entre direito ao trabalho e direito à saúde, o governo Jair Bolsonaro estaria priorizando a defesa da economia, ainda que ao custo do sacrifício de vidas humanas.
Entretanto, ao contrário do que tem sido propalado, o governo brasileiro falhou miseravelmente nos dois aspectos.
Nós, integrantes da Rede de Estudos e Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista (REMIR), que congrega professores e pesquisadores do trabalho, nas mais diversas áreas, além de representantes de instituições públicas do trabalho, estamos estarrecidos com a decisão da empresa FORD de fechar as suas fábricas e demitir milhares de trabalhadores (diretos e indiretos) no Brasil.
No atual contexto de pandemia, é decisão empresarial com fortes traços de desumanidade. Não deixa de ser um escárnio diante do esforço mundial de preservar empregos e a saúde dos que trabalham nos mais diversos países. Prevalece, mais uma vez, a lógica do acionista, desconsiderando vidas inteiras de operários dedicados ao trabalho e à empresa.