Os efeitos da política monetária sobre a inflação quando a capacidade de crescimento é endógena: o regime de metas de inflação no Brasil é autodestrutível?

Nikolas Alexander Van De Bilt Schiozer | Orientadora: Carolina Troncoso Baltar
TESE

Desde a adoção do regime de metas de inflação (RMI) no Brasil, em 1999, até os dias de hoje, o Brasil perdura como um dos países que apresentam uma das mais elevadas taxas de juros do mundo. Apesar disso, a taxa de inflação do Brasil no mesmo período manteve-se próxima da mediana mundial.

Uma das hipóteses que explicaria esse comportamento afirma que o RMI seria autoderrotável, isto é, o próprio RMI comprometeria as condições necessárias para a economia apresentar crescimento elevado, inflação estável e baixa taxa de juros real. Isso porque a política monetária, ao ser restritiva, acabaria minando o desenvolvimento da capacidade de crescimento da economia, especialmente através da formação do estoque de capital fixo.

Desta forma, o banco central não teria condições de reduzir a taxa de juros real sem que a inflação comece a subir por restrições de oferta, mantendo a economia brasileira cronicamente com uma taxa de juros real alta para manter a inflação controlada.

Esta dissertação demonstra teoricamente esta hipótese a partir de um modelo, inspirado na abordagem neo-kaleckiano, que relaciona as variáveis taxa de juros, taxa de inflação, investimento agregado e produtividade. Além disso, foi feita revisão da literatura empírica para verificar se os pressupostos necessários para a hipótese ser válida são corroborados empiricamente.

Por fim, a hipótese foi avaliada empiricamente através do desenvolvimento de três modelos de vetores autoregressivos estruturais (SVAR) utilizando dados da economia brasileira de 2006 até 2016. Os resultados sugerem que há evidências de que entre 2006 até 2016 o regime de metas de inflação pode ter sido autoderrotável no Brasil

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