TESE
Autora: Leonela Guimarães da Silva | Orientação: Fernando Sarti

Essa pesquisa apresenta uma breve análise da estrutura da produção e do comércio mundial das commodities no período entre 1995-2016. Para tanto, partimos da classificação das commodities em seis setores, sendo o das primárias: agrícolas, minerais energéticos, minerais não energéticos; e das processadas: alimentos, coque refinado e produtos do petróleo; metais básicos. Os maiores exportadores de commodities primárias em 2016 foram: Arábia Saudita, Canadá, Austrália, Rússia, Estados Unidos, Brasil, Noruega, Indonésia, Chile, México, Holanda, China, África do Sul, Reino Unido e Peru.

Em relação às commodities processadas, no referido ano, os maiores exportadores foram Estados Unidos, China, Alemanha, Rússia, Canadá, Coréia, França, Japão, Índia, Itália, Brasil, Holanda, Espanha, Bélgica e Austrália. No período de análise as economias desenvolvidas lideram as exportações das commodities, em especial das processadas, onde representam parcela majoritária.

Mesmo que dentre essas economias haja importantes economias produtoras-naturais de commodities, portanto das commodities primárias, como Estados Unidos, Austrália, Canadá, Noruega, isso não explica completamente o peso do agrupamento das economias desenvolvidas, nas exportações das commodities. A partir dessa pesquisa observa-se que na inter-relação agrícola-alimentos a participação de economias desenvolvidas, como algumas europeias, enquanto grandes exportadoras dessas commodities, projeta-se a partir de uma base altamente subsidiada que implica não apenas em barreiras que reduzem o acesso das importações agrícolas e de alimentos originárias de economias em desenvolvimento para esses mercados, como também as possibilita participarem da oferta mundial concorrendo como grandes exportadoras nesses setores.

Na inter-relação mineração e extração-seus processados, as importações para composição parcial ou total do consumo intermediário são fundamentais em algumas economias desenvolvidas. Ou seja, muitas das economias desenvolvidas utilizam as importações de commodities primárias dos setores de mineração e extração para compor tanto a base para produção destinada ao mercado interno como também para se projetarem como grandes players nas exportações mundiais dessas commodities.

Assim, os subsídios e as importações aparecem como alguns dos elementos centrais para compreensão da participação de economias desenvolvidas no cenário da oferta mundial das commodities, em especial das commodities processadas. Esse movimento acaba por refletir, de certo modo, uma orientação de um tipo de demanda que condiciona um tipo de oferta principalmente nas economias em desenvolvimento produtoras de commodities para o mercado externo: uma oferta baseada na ampliação da produção de commodities primárias em detrimento das commodities processadas.

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